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Arquitetos: Piuarch
- Área: 14 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Andrea Ferrari
Descrição enviada pela equipe de projeto. O estúdio com sede em Milão colaborou com a Fendi Maison para projetar uma arquitetura que desaparece na paisagem, colocando-se em diálogo aberto com a natureza ao redor. Um jardim elevado é concebido para completar uma fenda antiga no terreno e recriar a encosta em que está localizado. Esta é a identidade do novo edifício de produção da Fendi em Bagno a Ripoli (FI), cujo conceito de projeto foi concebido e desenvolvido pelo estúdio Piuarch de Milão e posteriormente finalizado e coordenado pelo Departamento de Arquitetura da Fendi. Um complexo de cerca de 14.000 metros quadrados que se ergue na paisagem toscana, concebido em torno de um alto padrão de paisagismo e eficiência energética avançada, a criação da Maison procura combinar a excelência de seu produto com a criação de um marco arquitetônico com significativo valor estético e ambiental. A Piuarch interpreta este conceito em um projeto que se torna parte integrante de seu entorno e não um mero complemento.
Partindo de uma abordagem inovadora, o escritório projetou um edifício que se estende horizontalmente sobre um único nível para criar uma forma livre impulsionada pelas necessidades do processo de produção. A praticidade dos espaços torna-se assim o princípio conceitual da planta do local, que combina diferentes funções, fundindo-as em percursos fluidos que a percorrem horizontalmente. Uma espécie de espinha dorsal ligando os espaços, com paredes transparentes, também une visualmente os diferentes usos ao mesmo tempo, em que incentiva as pessoas a se movimentarem e socializarem. O complexo abrigará escritórios administrativos e de gestão, um restaurante, um armazém de produção, oficinas e uma escola para artigos de couro de alta qualidade, com a intenção de expressar plenamente a excepcional qualidade e os altos padrões da marca de luxo.
O conceito do projeto, definido na fase inicial com o arquiteto paisagista Antonio Perazzi, visa definir as condições para uma colaboração visual renovada entre a arquitetura e o meio ambiente. As características do local, impactadas pela lógica de contar com a olaria e a pedreira uma vez em funcionamento no terreno, exigiram trabalhos de restauração e motivaram a ideia de interpretar a construção do complexo de produção como uma oportunidade para estabelecer dinâmicas positivas de gestão do terreno. "Trabalhar com a Piuarch é sempre muito estimulante: é fácil entrar logo no mesmo comprimento de onda, construindo juntos um projeto que respeita temas ecológicos e estéticos, capaz de projetar paisagens cultas e refinadas." Antonio Perazzi, arquiteto paisagista.
A arquitetura estabelece assim um diálogo aberto com seu entorno natural: o edifício, aparentemente subterrâneo devido à opção paisagística de criar um telhado verde contínuo e extenso, torna-se um sistema ecológico integrado que recria os perímetros do terreno para restaurar a forma da encosta original. Um vasto jardim no telhado que cumpre não apenas um papel ambiental, mas também social e comunitário, tornando-se um espaço de fácil utilização e um local para os funcionários se socializarem. "A ideia era reconstruir uma paisagem natural através de uma arquitetura que desaparece dentro da própria paisagem. Quando um projeto arquitetônico também inclui um projeto de paisagismo, a simbiose com o meio ambiente se desenvolve naturalmente", explica Gino Garbellini, sócio da Piuarch.
O telhado verde, escavado por pátios que perturbam sua continuidade e iluminam os espaços internos, destaca-se assim como uma marca registrada do projeto. Uma característica que traz a identidade e o papel do novo local de produção para o entorno, com a qual estabelece um sistema de contrapesos sem precedentes: ventilação e luz natural, uso de materiais que evocam as cores do local, paredes externas e internas transparentes, todos garantem uma troca visual e física, quase osmótica, entre os ambientes artificial e natural, entre o interior e o exterior. Do telhado verde aos pátios, ao parque industrial ao seu redor, a ideia era transformar todo o local em um novo e ampliado jardim, também com o objetivo de melhorar a qualidade dos espaços de trabalho, reforçando a prioridade do trabalho do cliente: um compromisso com o aumento da responsabilidade com o meio ambiente e a sociedade.